Após semanas de campeonato mineiro, finalmente o time vencedor ficou conhecido. A raposa mais linda do mundo garantiu o seu trigésimo sexto título em cima de seu maior rival, as galinhas mineiras, em uma tarde em que a arena do jacaré se vestiu de azul, numa bela apresentação da torcida, que mesmo sem poder adivinhar o desfecho da partida, lotou o estádio, na esperança de ver a sua equipe do coração levantar o troféu de campeão, e para a felicidade da china azul, foi exatamente isso que aconteceu.
Uma decisão acirrada, disputada em um clássico muito empolgante. Confesso que fiquei temeroso com o decorrer do jogo. O cruzeiro agredia as galinhas, levando perigo a todo momento, mas sem conseguir levar a bola para mais perto do gol, se limitando às jogadas áreas, que não estavam dando certo. Roger até teve uma grande chance durante o primeiro tempo, em um cruzamento que foi parar em seus pés, que acabou sendo defendido incrivelmente por Renan Ribeiro, o goleiro que só joga bem em clássicos. E assim a partida continuou, com o cruzeiro sufocando o rival, levando perigo mas pecando nas conclusões. Isso até o ínicio do segundo tempo.
Mais emoções reservadas para a segunda parte, do que parecia ser um dia feliz para as galinhas, pelo menos, até aquele momento. Naquela etapa, o galo começou agredindo mais, arriscando-se, conquistando jogadas que levaram grande perigo a Fábio, que com sua habilidade, conseguiu evitar que uma desgraça acontecesse. Então, veio o lance mais inacreditável do jogo. Magno Alves, frente a frente com Fábio, graças a um lançamento perfeito, que o deixou em condições perfeitas de marcar. Naquele exato momento, acreditei que o título tinha sido perdido pelo cruzeiro, que a segunda seria um dia de chacotas, uma data em que eu seria obrigado a ouvir brincadeiras das galinhas. E foi ai que aconteceu um milagre, um fato que poderia levar Fábio a se tornar um santo. O experiente goleiro, sem se amedrontar com tal ameaça, fechou completamente o ângulo do Magnata, que buscando um novo espaço para chutar, acabou sendo desarmado pela defesa celeste, que naquela tarde, estava esperta, preparada para qualquer coisa. E o risco foi afastado, aproximando o cruzeiro de mais um título mineiro, graças ao lance seguinte.
Rapidamente a bola foi passando de pé em pé, até chegar ao iluminado Wallyson, que utilizando-se de seu sangue frio, mesmo marcado de perto, mandou a bola no canto direito de Renan, fazendo a festa da torcida celeste, que não se aguentou. O alívio veio para todos, que ainda carregavam a tristeza da eliminação da libertadores, que naquele momento, foi completamente esquecida. Felicidade que foi ampliada, após a expulsão de um jogador das galinhas, e do golaço de Gilberto, em uma jogada iniciada em uma cobrança de falta, sendo findada em uma poderosa bomba para o gol. Naquele exato momento, tive certeza que o campeonato mineiro era nosso.
Confesso que quase chorei, assim que vi o time indo para o meio de campo, carregando o troféu de campeão. Não dava muito valor para o mineiro, mas após a eliminação da libertadores, comecei a enxergar o título como uma forma de lavar a alma. E foi mesmo, por ter sido em cima das galinhas, que hoje estão tristes, desoladas com o resultado. Que dia feliz! Esse sim, vai ser um jogo que nunca irei esquecer. Uma partida em que muitos estavam descrentes da raposa, que no final, provou que é forte, e pode fazer muita coisa esse ano. Quem sabe até, ganhar o brasileiro, que ainda está por vir.
Antes de terminar esse texto, tenho uma nota triste para colocar em evidência. Parece que Wallyson, pode ter recebido propostas do exterior, e acabará deixando o cruzeiro. Uma notícia não confirmada, mas que se acontecer, deixará um buraco enorme na equipe. Não tem atacante hoje no cruzeiro, com a qualidade do iluminado. Espero que isso seja mentira, e que ele continue na raposa, levando muito mais alegrias a nossa torcida. Afina, o campeão voltou!